O
dia 08 de março de 1857 foi marcado por uma grande manifestação de
operárias de uma fábrica de tecidos norte-americana, que reivindicavam
melhores condições laborais. Neste dia, mais de 100 tecelãs foram mortas
ao lutar pelo reconhecimento e por um tratamento digno no ambiente de
trabalho.
Hoje,
mais de 150 anos depois, o Dia Internacional da Mulher comemora os
triunfos alcançados pela classe feminina e continua sendo uma data para
refletir sobre os desafios que elas ainda enfrentam. Paradigmas
continuam sendo quebrados e, aos poucos, as mulheres têm conquistado seu
espaço e se destacado em diversas áreas.
O
ingresso feminino no ensino superior foi um desses desafios: ocorreu de
maneira discriminatória, sendo que os interesses e habilidades de cada
gênero eram fortemente marcados por supostas tendências instintivas, o
que levou muitas profissões a serem classificadas como essencialmente
masculinas ou femininas.
Durante
muitos anos, a Engenharia, por exemplo, foi amplamente associada aos
homens. Ainda hoje, o número de mulheres engenheiras ainda é baixo.
Segundo dados atuais do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (Confea), as mulheres representam menos de 14% dos
profissionais registrados em todas as modalidades no sistema
Confea/Crea.
A
discriminação pode existir, nas diversas profissões, nas salas de aula,
no ambiente de trabalho e nas diferenças salariais. Na opinião da
Engenheira Civil e associada da ABES-SP, Sandra Beatriz Giron, ainda há
preconceito. “A sociedade tenta igualdade, mas isto são palavras. A
realidade é outra. A mulher consegue posição, mas com muita, muita
luta”, ressalta.
Sandra,
formada em 1972 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS,
conta que em sua época, as oportunidades eram ainda mais escassas do que
atualmente. “Ao concluir meu curso, quis prestar um concurso para
trabalhar na Petrobrás, como engenheira, mas não era permitido ao sexo
feminino. O que vale no trabalho é a produção e não o gênero. Miolos não
têm sexo. Dedicação, empenho, garra, esforço não têm sexo”.
Para
a engenheira Ester Feche Guimarães, que atua na área de Regulação dos
Serviços Públicos de Saneamento dentro da SABESP, como Assessora de
Diretoria na Superintendência de Assuntos Regulatórios, e como
Coordenadora da Câmara de Tarifas e Regulação na ABES-Nacional, a
questão principal, quando se fala em preconceito, é se a pessoa que o
sofre está apta a reconhecê-lo e tem habilidades e ferramental para
superá-lo.
“O preconceito é algo muito sutil e pode passar despercebido. Sempre
fui muito respeitada pelo meu trabalho técnico e por minha postura ética
pelos meus pares e pela base da empresa, assim como, pelo meu
posicionamento assertivo. Não trabalhei toda a minha vida em áreas de
gestão. Fui engenheira de projetos de automação no setor elétrico numa
empresa francesa e depois na própria Sabesp e sentia o respeito dos
colegas pelo meu trabalho. Acho que a mulher vai ocupando espaço pelo
conhecimento, dedicação e conduta”, ressalta.
Esther
reconhece que há situações de preconceito contra mulheres de diferentes
níveis das estruturas organizacionais das empresas. “Hoje não se
admitem `piadinhas´ quanto a raça, cor e credo das pessoas, mas
tratam-se com naturalidade as `piadinhas´ quanto ao gênero. O
preconceito pode ou não ser explicitado em palavras, pode ser em atos ou
até mesmo em omissões. Nesse sentido penso que precisamos refletir em
quais paradigmas estamos nos apoiando para exercer nossa profissão e
promover espaços para a participação da mulher, quando está em condições
iguais ou superiores á um profissional de gênero masculino.”
Essa
reflexão, complementa a engenheira, serve para os homens, quando se
referem às mulheres, para as organizações, ao fazerem escolhas de
profissionais para cargos gerenciais, e para as mulheres, quando usam de
mecanismos não legítimos para obter o apoio empresarial e serem
promovidas.
Reconhecendo
não só o esforço, mas também o valor do trabalho feminino, os
engenheiros Caetano Fiorese Neto e Fernando Rossi Fernandes, diretores
da Construtora Fiorese Fernandes, optaram por contratar apenas
engenheiras mulheres para atuar na empresa. “Trabalhamos no mercado de
construção de alto padrão e desde o início acreditávamos que a mulher
seria peça fundamental em nossas obras por serem mais detalhistas e
organizadas.
Sempre tivemos um ótimo ambiente nas construções pois elas
cultivam um relacionamento baseado na amizade com os demais
trabalhadores e fornecedores sem comprometer o respeito mútuo. Estão
sempre focadas no desenvolvimento profissional e hoje temos no nosso
quadro 100% de engenheiras que fizeram ou estão fazendo algum curso de
extensão”, afirma Fernando.
Apesar
de, por muitas vezes, parecer obter resultados lentos e aquém do que
exige o século 21, a luta das mulheres no mercado de trabalho vem
contabilizando conquistas e apoio. Em 2007, foi criado o Grupo de
Trabalho Mulher do CREA-PR. O Grupo tem o objetivo de debater a
participação das mulheres, ampliando os conhecimentos das questões
relativas ao mercado profissional, além de reconhecer aquelas que
contribuíram para a valorização e inserção das mulheres no mercado de
trabalho e promover a interação com os demais Conselhos Regionais.
Esta
é apenas uma dentre as diversas iniciativas que apoiam a participação
feminina na Engenharia e reconhecem que a mulher tem muito a contribuir
nesta área. Assim, as mulheres continuam transformando uma realidade que
antes parecia estagnada, contribuindo, em parceria com os homens, para
construir e melhorar a profissão, o meio ambiente e a sociedade, assim como faz a Engenheira Ambiental Alexandra de Oliveira formada pela Universidade de Pernambuco - Unicap, leva seus conhecimentos com extrema dedicação, empenho, garra e esforço nao so pra realizar um otimo trabalho pra empresa que presta servicos atualmente mas pra contribuir alem de tudo pra um planeta cada vez melhor.
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