domingo, 8 de março de 2015

Mulheres na Engenharia: uma história de luta e dedicação






O dia 08 de março de 1857 foi marcado por uma grande manifestação de operárias de uma fábrica de tecidos norte-americana, que reivindicavam melhores condições laborais. Neste dia, mais de 100 tecelãs foram mortas ao lutar pelo reconhecimento e por um tratamento digno no ambiente de trabalho.
Hoje, mais de 150 anos depois, o Dia Internacional da Mulher comemora os triunfos alcançados pela classe feminina e continua sendo uma data para refletir sobre os desafios que elas ainda enfrentam. Paradigmas continuam sendo quebrados e, aos poucos, as mulheres têm conquistado seu espaço e se destacado em diversas áreas.
O ingresso feminino no ensino superior foi um desses desafios: ocorreu de maneira discriminatória, sendo que os interesses e habilidades de cada gênero eram fortemente marcados por supostas tendências instintivas, o que levou muitas profissões a serem classificadas como essencialmente masculinas ou femininas.
Durante muitos anos, a Engenharia, por exemplo, foi amplamente associada aos homens. Ainda hoje, o número de mulheres engenheiras ainda é baixo. Segundo dados atuais do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), as mulheres representam menos de 14% dos profissionais registrados em todas as modalidades no sistema Confea/Crea.
A discriminação pode existir, nas diversas profissões, nas salas de aula, no ambiente de trabalho e nas diferenças salariais. Na opinião da Engenheira Civil e associada da ABES-SP, Sandra Beatriz Giron, ainda há preconceito. “A sociedade tenta igualdade, mas isto são palavras. A realidade é outra. A mulher consegue posição, mas com muita, muita luta”, ressalta.
Sandra, formada em 1972 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS, conta que em sua época, as oportunidades eram ainda mais escassas do que atualmente. “Ao concluir meu curso, quis prestar um concurso para trabalhar na Petrobrás, como engenheira, mas não era permitido ao sexo feminino. O que vale no trabalho é a produção e não o gênero. Miolos não têm sexo. Dedicação, empenho, garra, esforço não têm sexo”.
Para a engenheira Ester Feche Guimarães, que atua na área de Regulação dos Serviços Públicos de Saneamento dentro da SABESP, como Assessora de Diretoria na Superintendência de Assuntos Regulatórios, e como Coordenadora da Câmara de Tarifas e Regulação na ABES-Nacional, a questão principal, quando se fala em preconceito, é se a pessoa que o sofre está apta a reconhecê-lo e tem habilidades e ferramental para superá-lo.

 “O preconceito é algo muito sutil e pode passar despercebido. Sempre fui muito respeitada pelo meu trabalho técnico e por minha postura ética pelos meus pares e pela base da empresa, assim como, pelo meu posicionamento assertivo. Não trabalhei toda a minha vida em áreas de gestão. Fui engenheira de projetos de automação no setor elétrico numa empresa francesa e depois na própria Sabesp e sentia o respeito dos colegas pelo meu trabalho. Acho que a mulher vai ocupando espaço pelo conhecimento, dedicação e conduta”, ressalta.

Esther reconhece que há situações de preconceito contra mulheres de diferentes níveis das estruturas organizacionais das empresas. “Hoje não se admitem `piadinhas´  quanto a raça, cor e credo das pessoas, mas tratam-se com naturalidade as `piadinhas´ quanto ao gênero. O preconceito pode ou não ser explicitado em palavras, pode ser em atos ou até mesmo em omissões. Nesse sentido penso que precisamos refletir em quais paradigmas estamos nos apoiando para exercer nossa profissão e promover espaços para a participação da mulher, quando está em condições iguais ou superiores á um profissional de gênero masculino.”

Essa reflexão, complementa a engenheira, serve para os homens, quando se referem às mulheres, para as organizações, ao fazerem escolhas de profissionais para cargos gerenciais, e para as mulheres, quando usam de mecanismos não legítimos para obter o apoio empresarial e serem promovidas.

Reconhecendo não só o esforço, mas também o valor do trabalho feminino, os engenheiros Caetano Fiorese Neto e Fernando Rossi Fernandes, diretores da Construtora Fiorese Fernandes, optaram por contratar apenas engenheiras mulheres para atuar na empresa. “Trabalhamos no mercado de construção de alto padrão e desde o início acreditávamos que a mulher seria peça fundamental em nossas obras por serem mais detalhistas e organizadas. 

Sempre tivemos um ótimo ambiente nas construções pois elas cultivam um relacionamento baseado na amizade com os demais trabalhadores e fornecedores sem comprometer o respeito mútuo. Estão sempre focadas no desenvolvimento profissional e hoje temos no nosso quadro 100% de engenheiras que fizeram ou estão fazendo algum curso de extensão”, afirma Fernando.
Apesar de, por muitas vezes, parecer obter resultados lentos e aquém do que exige o século 21, a luta das mulheres no mercado de trabalho vem contabilizando conquistas e apoio. Em 2007, foi criado o Grupo de Trabalho Mulher do CREA-PR. O Grupo tem o objetivo de debater a participação das mulheres, ampliando os conhecimentos das questões relativas ao mercado profissional, além de reconhecer aquelas que contribuíram para a valorização e inserção das mulheres no mercado de trabalho e promover a interação com os demais Conselhos Regionais.
Esta é apenas uma dentre as diversas iniciativas que apoiam a participação feminina na Engenharia e reconhecem que a mulher tem muito a contribuir nesta área. Assim, as mulheres continuam transformando uma realidade que antes parecia estagnada, contribuindo, em parceria com os homens, para construir e melhorar a profissão, o meio ambiente e a sociedade, assim como faz a Engenheira Ambiental Alexandra de Oliveira formada pela Universidade de Pernambuco - Unicap, leva seus conhecimentos com extrema dedicação, empenho, garra e esforço nao so  pra realizar um otimo trabalho pra empresa que presta servicos atualmente mas pra contribuir alem de tudo pra um planeta cada vez melhor.

 
 

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